sábado, 13 de março de 2010

Mais de Clarice Lispector...

Quanto mais leio textos e pensamentos da Clarice, mais e mais me apaixono, me identifico e me entrego a todos os tipos de pensamentos, sentimentos...
Pat.

Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo. 
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. 
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. 
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! 
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. 
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer: 
- E daí? EU ADORO VOAR!

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Clarice Lispector

quinta-feira, 11 de março de 2010

Objetivo e direto

Nossa...sem palavras!!! Tá bom pra você?? Pra mim...está perfeito!!!! 
Obrigada, Charles.


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!

Charles Chaplin

quarta-feira, 10 de março de 2010

Frases de um gênio...

O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.

Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo.

Não há necessidade de grelhas, o inferno são os outros.

Um amor, uma carreira, uma revolução: outras tantas coisas que se começam sem saber como acabarão.

Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal; isso nada tem a ver com a coragem.

Detesto as vítimas quando elas respeitam os seus carrascos.

O homem não é nada mais do que aquilo que faz a si próprio.

O homem não é a soma do que tem, mas a totalidade do que ainda não tem, do que poderia ter.

Cada homem deve inventar o seu caminho.

O desejo exprime-se por uma carícia, tal como o pensamento pela linguagem.

És livre, escolhe, ou seja: inventa.

Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos, mas querer-se aquilo que se pode.

Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos.

Ser homem é tender a ser Deus; ou, se preferirmos, o homem é fundamentalmente o desejo de ser Deus.

A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.

Eu era uma criança, esse monstro que os adultos fabricam com as suas mágoas.

Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem.

O que é o materialismo, senão o estado do homem que se afastou de Deus; (...) ele passa unicamente a preocupar-se com os seus interesses terrestres.

Ainda que fôssemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa própria passividade seria uma forma de ação.

"Se você sente tédio quando está sozinho 
é porque está em péssima companhia".

Como todos os sonhadores confundi o desencanto com a verdade!

"Estamos condenados a ser livres"

No amor somos injustos, porque supomos que o outro é perfeito.

Cada homem deve descobrir o seu próprio caminho.

Jean-Paul Sartre.

Assuma-se!!!
Responsabilize-se pelos seus atos e escolhas!!
Você é essência e existência!!
Você não é uma pedra...
Questione-se e evolua, modifique-se, reivente-se e se descubra.




segunda-feira, 8 de março de 2010

Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC

Como é possível detectar os pacientes com TOC no atendimento médico?
É pouco provável que os pacientes se apresentem ao médico queixando de suas obsessões ou de seus rituais. Normalmente eles se queixam dos sintomas somáticos relacionados com suas condutas rituais e referem a depressão ou ansiedade. Alguns procuram ajuda médica em decorrência de temores pouco realistas sobre a sensação de estar ficando louco, ter câncer, AIDS ou outras doenças. Apesar de não apresentarem nenhuma evidência dessas doenças, não parecem nunca satisfeitos ou tranqüilos, a não ser que estejam sendo submetidos à múltiplas avaliações.

Quais são os sintomas somáticos que podem sugerir a existência de um TOC?
Dermatite. Os pacientes com TOC podem aparecer à consulta com lesões nas mãos ou com erupções ocasionadas por lavagem repetida. Ente os pacientes tratados por dermatite, cerca de 36% deles tinha TOC; nenhum deles havia referido sintomas obsessivos ao dermatologista.
Onicopatia (unhas). Infecções crônicas das unhas decorrentes de roer excessivamente ou morder compulsoriamente o canto dos dedos.
Alopecia (falta de cabelos). Em pacientes com tricotilomania (arrancar cabelos).
Gengivite ou infecção gengival por escovação dental excessiva.
Sintomas somáticos de depressão. A elevada concomitância do TOC com a depressão faz com que, em muitos casos, os pacientes procurem a consulta por qualquer dos sintomas freqüentes de depressão (fadiga crônica, transtornos do apetite, transtornos do sono, redução de peso, constipação, diarréia, cefaléias...).

Como é possível detectar o TOC nas crianças?
É sugestiva a presença de condutas repetitivas incomuns, assim como morosidade e problemas para preparar-se para ir à escola ou para realizar outras atividades e sintomas somáticos relacionados com esses comportamentos e rituais (p.ex. dermatite). Da mesma forma que nos adultos, as crianças apresentam obsessões em relação à ordem, sobre perigos ou doenças, que ocasionam rituais de lavagem (os mais freqüentes) ou de comprovação.

Quais são os outros transtornos psiquiátricos que costumam estar associados ao TOC?
Os sintomas obsessivo-compulsivos produzem no paciente um mal-estar considerável. Aproximadamente um terço dos pacientes portadores de TOC tem também um diagnóstico de depressão. Quando se faz o diagnóstico de TOC, dois terços dos pacientes costumam ter histórico de um episódio de depressão maior em algum momento de sua vida. É mais comum que os pacientes peçam ajuda pela depressão ou pela ansiedade, que são doenças mais aceitas socialmente, do que por suas obsessões ou rituais do TOC. Outras patologias associadas com certa freqüência são o abuso de álcool, o transtorno somatoforme ou os transtornos alimentares.

Quais são os tipos de rituais mais freqüentes?
I) Rituais de limpeza e de lavagem. Os pacientes podem chegar a lavar as mãos 20 ou 30 vezes ao dia, ou tomar um banho durante diversas horas.
2) Rituais de recontagem. Os pacientes repetem ações um certo número de vezes, a fim de prevenir sucessos indesejados. O número de vezes pode ser estabelecido por números mágicos.
3) Rituais de comprovação. Os pacientes comprovam repetidamente se a porta está fechada, se o fomo está apagado, se a tomada está desligada, etc. Em outros casos, realizam-se comprovações para segurança de não sofrerem nenhuma doença.
4) Comportamentos meticulosos. Os pacientes se asseguram de que os objetos estão na ordem adequada, ou colocados de forma simétrica.

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pergunta@psiqweb.med.br

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Associação de Portadores de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo, através de seu site, traz importantíssimas orientações para portadores de TOC. Veja alguns trechos: 

"O que podem fazer a família e os amigos para ajudar?

Muitas pessoas da família se sentem frustradas e confusas perante os sintomas do TOC. Não sabem como ajudar. Se você tem alguém na família, ou um amigo com TOC, a sua tarefa primeira e mais importante é aprender o máximo possível sobre o transtorno, suas causas, seu tratamento. 

Ao mesmo tempo, deve se certificar que a pessoa com o TOC tem acesso às informações sobre a doença. .........

Ajudar o doente a compreender que existem tratamentos úteis já é um grande passo em direção à sua recuperação. Quando uma pessoa com TOC se recusa a receber tratamento, a família se vê em dificuldades. Continue oferecendo material educativo. Em alguns casos, pode ser útil fazer uma reunião de família e discutir o problema, como se faz quando existe um problema de alcoolismo e a pessoa não quer se tratar.

Os problemas familiares não provocam TOC, mas a maneira das famílias reagirem aos sintomas poderá afetar o curso da doença, assim como os sintomas podem provocar grandes perturbações e problemas na família. Os rituais de TOC podem acorrentar sem piedade os membros da família, e às vezes é necessário que todos acompanhem o paciente na psicoterapia. 

O terapeuta pode ajudar os membros da família a aprenderem como se desvencilhar dos rituais, passo a passo e com o consentimento do paciente. Uma interrupção abrupta da participação nos rituais do TOC, sem o consentimento do paciente, rara vez ajuda, uma vez que nem o paciente nem a família sabem como lidar com a angústia decorrente do fato. 

A recusa em participar dos rituais não ajuda os que apresentam sintomas ocultos e, o que é mais importante, não ajuda o paciente a aprender uma estratégia de vida, para lidar com seus sintomas de TOC a longo prazo.

Comentários negativos, ou crítica dos familiares, em geral pioram o quadro do TOC, ao passo que uma família calma, que demonstra apoio, pode ajudar no resultado final do tratamento. Se a pessoa considerar suas opiniões como uma interferência, lembre-se que é a doença falando. 

Procure ser o mais gentil e paciente possível, pois é a melhor maneira de ajudar a pessoa a se livrar dos sintomas de TOC. 

Dizer a uma pessoa que deve parar como seu comportamento compulsivo não ajuda e só faz a pessoa se sentir pior, porque não consegue. Ao invés disso, elogie qualquer tentativa de opor resistência ao TOC, focalizando sua atenção nos possíveis elementos positivos da vida da pessoa. Evite expectativas muito altas ou muito baixas. 

Não force. Lembre-se que ninguém detesta mais o TOC do que a pessoa que tem o transtorno. Trate a pessoa normalmente, depois de recuperada, mas fique atento para os sinais de recaída. Se a doença estiver voltando, você poderá perceber isso antes que o próprio doente. Assinale os sintomas de maneira sutil e sugira uma conversa com o médico. Mas aprenda a diferenciar um dia ruim de um episódio de TOC. É importante não atribuir ao TOC tudo o que acontece de errado.

Os familiares podem ajudar o clínico no tratamento do paciente. Quando o doente estiver em tratamento, converse com o médico, se possível. Ofereça-se para visitar o médico junto com o paciente, para compartilhar suas opiniões sobre o andamento do tratamento.

Encoraje o paciente a se manter fiel à medicação e/ou à psicoterapia. No entanto, se o paciente já estiver sob tratamento por um longo período sem apresentar grandes melhoras nos sintomas, ou sente efeitos colaterais perturbadores, encoraje-o a procurar o médico para obter outro tratamento, ou a procurar uma segunda opinião.

Quando crianças e adolescentes são portadores de TOC, é importante que os pais trabalhem juntamente na escola com os professores, para ter certeza de que eles compreendem o transtorno. Como no caso de qualquer criança com alguma doença, os pais devem estabelecer limites coerentes e fazer com que a criança ou adolescente saiba exatamente o que se espera deles."
Veja o site da ASTOC

domingo, 7 de março de 2010

Compulsão. Quem não tem??

O que são Compulsões

O que são Compulsões, Comportamentos Compulsivos ou Aditivos? 
Perguntas comuns | Obsessões-Compulsões |


Os Comportamentos Compulsivos são também chamados de Comportamentos Aditivos. São hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emocional, normalmente um alívio de ansiedade e/ou angústia. São hábitos mal adaptativos que já foram executados inúmeras vezes e acontecem quase automaticamente.

Diz-se que esses Comportamentos Compulsivos são mal adaptativos porque, apesar do objetivo que têm de proporcionar algum alívio de tensões emocionais, normalmente não se adaptam ao bem estar mental, ao conforto físico e à adaptação social. Eles se caracterizam por serem repetitivos e por se apresentarem de forma freqüente e excessiva.

A gratificação que segue ao ato, seja ela o prazer ou alívio do desprazer, reforça a pessoa a repeti-lo mas, com o tempo, depois desse alívio imediato, segue-se uma sensação negativa por não ter resistido ao impulso de realizá-lo. Mesmo assim, a gratificação inicial (o reforço positivo) permanece mais forte, levando a repetição.

Por exemplo:
1 - Se a pessoa é acometida pela idéia (contra sua vontade) de que está se contaminando através de alguma sujeita nas mãos, terá pronto alívio em lavar as mãos. Entretanto, se tiver que lavar as mãos 40 vezes por dia, ao invés de adaptar essa atitude acaba por esgotar.

2 – Se a pessoa é acometida pela idéia de que seus pais sofrerão algum acidente fatal, poderá conseguir alívio da angústia gerada por esses pensamentos se, por exemplo, bater 3 vezes na madeira... Mas tiver que bater na madeira 40 vezes por dia, ao invés de aliviar, essa atitude acaba por constranger e frustrar.

3 – Se a pessoa tem um pensamento incômodo de que aquilo que acabou de comer poderá engordá-la, terá alívio dessa sensação provocando o vômito, ou tomando laxantes....

O TOC - Transtorno Obsessivo-Compulsivo está dentro dos Comportamentos Compulsivos?

Atualmente há uma tendência em agrupar transtornos emocionais que tenham em comum o comprometimento da vontade (volição), ou seja, com sintomas impulsivos ou compulsivos. Dessa forma, algumas síndromes em psiquiatria podem, a partir de grupos de sintomas afins, ser classificadas como doenças com semelhantes características neurobiológicas e genéticas.

A idéia de comportamentos repetitivos, atualmente bem sistematizada por Eric Hollander (2001), é de que os transtornos que acometem predominantemente a área da vontade (volição) e se manifestam por alguns comportamentos compulsivos e impulsivos, podem ser agrupadas em um mesmo tronco patológico. Seriam osTranstornos do Espectro Impulsivo-Compulsivo.

Dentro dos comportamentos compulsivos teríamos, além do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), aqueles relacionados ao Transtorno do Esquema Corporal (ou Transtorno Dismórfico Corporal), como por exemplo, a Anorexia Nervosa, a Bulimia, Vigorexia e a Hipocondria. Essas pessoas teriam uma falsa imagem do próprio corpo, algumas achando que estão gordas (Anorexia e Bulimia), outras achando que não são fortes e perfeitos o suficiente (vigorexia) e outros ainda achando que parte de seu corpo adoece (hipocondria).

Por que ocorrem Comportamentos Compulsivos? 
Não há uma causa bem estabelecida para a ocorrência de Comportamentos Compulsivos. Pode-se falar em vulnerabilidades e predisposições, seja de elementos familiares, tais como os hábitos conseqüentes à extrema insegurança e aprendidos no seio familiar, seja por razões individuais e relacionados às vivências do passado e a ao dinamismo psicológico pessoal, seja por razões biológicas, de acordo com o funcionamento orgânico e mental.

Assim, Comportamentos Compulsivos ou Aditivos podem ser entendidos como atitudes (mal-adaptadas) de enfrentamento da ansiedade e/ou angústia, trazendo conseqüências físicas, psicológicas e sociais graves. Algumas pessoas apresentam comportamentos com caráter compulsivo, que levam a conseqüências negativas em suas vidas, como por exemplo, recorrer ao uso abusivo do álcool, das drogas, à fuga do convívio social, ao hábito intempestivo do vômito e às mais variadas atitudes.

Essas pessoas podem ainda comprar compulsivamente, sem levar em conta o saldo bancário, comer compulsivamente, mesmo quando não se tem fome, jogar, praticar atividades físicas em excesso, etc.

Quais as complicações dos Comportamentos Compulsivos? 
Normalmente nesse tipo de problema, classificados aqui sob o título de Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo, a pessoa acaba se tornando dependente dessas atitudes, as quais ocupam um espaço importante em seu cotidiano. Em alguns casos ocorrem-se danos físicos, como na pessoa com Vigorexia, que precisa malhar(exageradamente) todos os dias e por longas horas, ou lesões na pele das mãos devido aos rituais de lavar continuadamente, ou auto-escoriações, calvície devido à Tricotilomania, ou desnutrição quando a compulsão é por vômitos (Bulemia) e assim por diante.

Normalmente essas pessoas sentem desconforto emocional se não realizarem tais comportamentos, sentem grande angústia ou ansiedade na ausência ou na impossibilidade em realizar a atividade compulsiva. Socialmente, a ocorrência de tais comportamentos pode resultar em prejuízo no trabalho, na conclusão de tarefas, na liberdade em sair de casa, ou vergonha no contacto com outras pessoas, etc.

A repetição desses comportamentos e o aumento gradual da freqüência deles acabam caracterizando um verdadeiro processo de dependência. Alguns buscam alívio da angústia e ansiedade, ou afastamento de pensamentos incômodos através da realização de comportamentos compulsivos. Quando se pretende a busca do prazer pode haver adicção química, que é o consumo exagerado de substâncias.

Didaticamente podemos dizer que existe uma grande semelhança entreComportamentos Compulsivos e dependência química. Observamos semelhança entre a angústia provocada pela ausência, tanto do Comportamentos Compulsivos quanto das substâncias, ou seja, semelhança dos sintomas emocionais da abstinência, tais como tremores, sudorese, taquicardia, etc, bem como o caráter compulsivo e repetitivo, ou a importância que essas atitudes ocupam na vida da pessoa, ainda sobre o comprometimento na qualidade da vida familiar, profissional, afetiva e social. É assim que, por exemplo, que o comportamento do jogo compulsivo (ou patológico) tem praticamente a mesma motivação que o uso da droga, ou do álcool, da cocaína e outras substâncias psicoativas.

Quando os Comportamentos Compulsivos precisam de tratamento? 
Normalmente os Comportamentos Compulsivos precisam de tratamento quando têm como conseqüências, prejuízos significativos à vida da pessoa ou ao seu entorno sócio-familiar.

Tipos de Comportamentos Compulsivos 
1 - Jogar Compulsivo (ou Patológico) 
Segundo a CID.10, a característica essencial do Jogo Patológico é um comportamento de jogo mal adaptativo, recorrente e persistente, que perturba os empreendimentos pessoais, familiares e/ou ocupacionais. A pessoa com esse transtorno pode manter uma preocupação com o jogo, tais como, planejar a próxima jogada ou pensar em modos de obter dinheiro para jogar.

 Jogo

A maioria dessas pessoas comJogo Patológico afirma que está mais em busca de "ação" do que de dinheiro e, por causa dessa busca de ação, apostas ou riscos cada vez maiores podem ser necessários para continuar produzindo o nível de excitação desejado. Os indivíduos com Jogo Patológico continuam jogando, apesar de repetidos esforços no sentido de controlar, reduzir ou cessar o comportamento.

 

Através do reforço emocional intermitente, onde ganhar é um reforço positivo imediato e perder é “apenas” uma circunstância aleatória, o indivíduo apresenta o comportamento compulsivo de jogar. 

Está sempre na expectativa de ganhar, como foi conseguido anteriormente. Existe ainda uma sensação especial no comportamento de risco, o que ocupa a mente do jogador fazendo que passe a repetir o comportamento (dependência).

O jogo pode tornar-se uma grande fonte de prazer, podendo vir a ser a única forma de prazer para algumas pessoas. O jogador compulsivo costuma se tornar inconseqüente, gastando aquilo que não tem, perdendo a noção de realidade. A síndrome de abstinência pode estar presente.

2 - Atividade Física Compulsiva (Vigorexia) 
A escravização que as pessoas das sociedades civilizadas se submetem aos padrões de beleza tem sido um dos fatores sócio-culturais associados ao incremento da incidência do Comportamento Compulsivo para a prática de exercícios.

É cultural que o ser humano moderno esteja moderadamente preocupado com seu corpo, porém, sem que essa preocupação se converta numa obsessão. Por outro lado, alguns complexos de feiúra ou de estar em desacordo com os padrões desejáveis podem levar à obsessão pela beleza física e perfeição.

Inicialmente a atividade física pode proporcionar prazer, relaxar, fazer com que a pessoa se sinta mais saudável e bonita. Este comportamento libera substâncias em nosso cérebro responsáveis pelo prazer e bem-estar (serotonina, prostraglandinas, endorfinas).

 

Quando isso se transforma numComportamento Compulsivo, exercitar-se em excesso pode resultar em prejuízo físico, atingindo as articulações, aparelho respiratório e o coração. O Comportamento Compulsivo pode ainda comprometer a realização satisfatória de outras atividades na vida da pessoa..

 Vigorexia

Atividade Física Compulsiva deve ser considerada um transtorno do espectro obsessivo-compulsivo, tanto pela obsessão em musculatura, pela compulsão aos exercícios e ingestão de substâncias que aumentam a massa muscular, quanto pela fragrante distorção do esquema corporal que essas pessoas experimentam.

3 - Comprar Compulsivo (Shopholic) 
Assim como os demais Comportamentos Compulsivos ou Aditivos, o comprador compulsivo é, praticamente, um dependente do comportamento de comprar, precisando fazê-lo sem limites para se sentir bem, pelo menos bem naquele momento (para depois arrepender-se).

O(a) comprador(a) compulsivo(a) acaba por consumir coisas pelo fato de consumir e não mais pela necessidade do objeto que é consumido. Ir ao shopping sem realizar algumas compras parece tornar-se quase impossível. Muitas vezes sente-se culpado, porém, como em qualquer comportamento aditivo, o mais comum é perder o controle da situação.

 Compras

Entretanto, é fundamental fazer a diferença entre o simples hábito pelas compras doComportamento Compulsivo às Compras. "Os hábitos de consumo são mais emocionais que racionais", afirma Dílson Gabriel dos Santos, que leciona Comportamento do Consumidor na USP. O professor esclarece que comprar por impulso, mas não por compulsão, é adquirir um bem por sentir uma atração instantânea pelo produto, seja por causa da embalagem, do preço ou do apelo publicitário.

Essas pessoas impulsivas pelas compras cometem as "... pequenas loucuras que se cometem ao passar pelas gôndolas de supermercados", diz. "Leva-se uma garrafa de bebida, um iogurte ou um pacote de biscoitos a mais", observa. Já o compulsivo vai às compras como um viciado que sai de casa para jogar ou em busca das drogas, e a Compulsão acaba sendo uma atitude que exclui logo o prazer pela aquisição do novo produto.

4 - Trabalhar Compulsivo (Workaholic) 
Com o objetivo de vencer profissionalmente, ganhar dinheiro, sobressair-se socialmente, tem sido glorificado pelo sistema cultural que a pessoa procure dar o melhor de si trabalhando.

O trabalho pode ser utilizado como uma ocupação mental capaz de tomar o espaço de outros sentimentos ou pensamentos mais difíceis de serem vivenciados. Quando a atividade funciona como uma forma de esconder-se, fugir ou não ter que sentir ou pensar em outros problemas, enfim, quando alivia a angústia da vida de relação, o trabalhar pode tornar-se compulsivo, constante, enfim aditivo. 

Neste caso, o trabalhar perde sua função natural passando a ser prejudicial ao bem estar físico, familiar psicológico e social do indivíduo.

 Workahollic

Na compulsão pelo trabalho a pessoa vai de casa para o trabalho, do trabalho para a casa, excluindo-se de sua vida as opções do lazer, as pausas nos finais de semana, o convívio descontraído com a família, etc.

A pessoa com compulsão pelo trabalho freqüentemente exige dos outros o mesmo ritmo que tem para si, costuma criticar demais esses outros, exige perfeição, dedicação e devoção ao trabalho, tal como elas próprias se comportam. E o próprio Compulsivo para o Trabalho sofre com sua situação.

Normalmente são pessoas severas, isoladas, inflexíveis, perfeccionistas, amargas e exageradamente “realistas”. Por causa dessas características os workaholics racionalizam tudo na vida, ocultam seus próprios sentimentos, têm um contato mínimo com eles próprios e mantêm abafados seus conflitos íntimos.

Para essas pessoas o trabalho é seu escudo protetor e, melhor que isso, trata-se de uma atitude fortemente enaltecida pelos valores sociais. Mas, na realidade, o workaholic também sofre, normalmente é um insatisfeito consigo mesmo, alimenta a fantasia de ser potente e meritoso. Na verdade, toda essa voracidade para o trabalho pode estar aliviando sentimentos de angústia por se acreditar um pai omisso ou uma mãe ausente, um companheiro fugidio, etc.

5 - Transtornos Alimentares; Comer Compulsivo (Binge-Eating) 
Os Transtornos Alimentares constituem uma verdadeira "epidemia" que assola sociedades industrializadas e desenvolvidas acometendo, sobretudo, adolescentes e adultos jovens. Vivemos em uma sociedade na qual existe o culto da magreza. Assim, comer, um comportamento universalmente tido como prazeroso, torna-se alvo de preocupação de muitas pessoas. Como usufruir deste prazer sem sentir-se fora dos padrões sociais de saúde e beleza?

Binge Eating

Quais serão os sintomas dessa epidemia emocional? De um modo geral, o pensamento falho e doentio das pessoas portadoras dessas patologias se caracteriza por uma obsessão pela perfeição do corpo. Na realidade, trata-se de uma "epidemia de culto ao corpo".

Essa "epidemia" se multiplica numa população patologicamente preocupada com a perfeição do corpo e que está sendo afetada por alterações psíquicas caracterizadas por distúrbios na representação pessoal do esquema corporal. Os Transtornos Alimentares vêem aumentando sua incidência perigosamente e já começa a alarmar especialistas médicos, sociólogos, autoridades sanitárias.

Essa busca obsessiva da perfeição do corpo tem várias formas de se manifestar e, algumas delas, diferem notavelmente entre si. Existem os Transtornos Alimentaresmais tradicionais, que são a Anorexia e Bulimia nervosas mas, não obstante, existem outros que se estimulam e desenvolvem na denominada "cultura do esbelto" (veremos abaixo).

Todos estes Transtornos Alimentares compartilham alguns sintomas em comum, tais como, desejar uma imagem corporal perfeita e favorecer uma distorção da realidade diante do espelho. Isto ocorre porque, nas últimas décadas, ser fisicamente perfeito tem se convertido num dos objetivos principais (e estupidamente frívolos) das sociedades desenvolvidas. É uma meta imposta por novos modelos de vida, nos quais o aspecto físico parece ser o único sinônimo válido de êxito, felicidade e, inclusive, saúde.